terça-feira, 8 de junho de 2010

Eu e a fotografia

Muito mais que apenas apertar o disparador. Escrever com a luz. Assim a foto+grafia se apresentou para mim, ainda mocinha e com poucos recursos financeiros, quando nos idos dos anos 90 participei de um concurso de redação cujo tema era...Fotografia!
Aliás, eram duas as paixões que duelavam para ver qual seria mais forte em minha vida. Se a fotografia ou a redação, a Língua Portuguesa... Eis que me tornei jornalista!
Falante, eu não poderia ser menos que jornalista. A comunicação sempre me fascinou...tal como a escrita...com palavras ou com a luz - esta última a que me levou a escrever este texto repleto de consoantes e vogais.
Mas, voltemos ao concurso. Na década de 90, câmeras digitais eram quase impensáveis e registros adolescentes eram aqueles feitos por nossos pais e parentes. Não tenho do que me queixar, pois são muitas as fotos de infância e adolescência que tenho guardadas. Mas o que sempre me interessou foi observar como pessoas com uma câmera profissional nas mãos conseguiam produzir lindas fotos sendo que só saberiam se o clique deu certo depois da revelação! Mistério...
Quando estava na sexta ou sétima série (se não me falha a já gasta memória), um fotógrafo que atuava na minha terra, Dom Silvério, conhecido como Joevante, propôs na minha escola, uma instituição pública estadual, que os alunos escrevessem o que entendiam por Fotografia. Sem a ajuda de pai, mãe ou irmã que dominasse a Língua Portuguesa e sem "cola" de livro algum, joguei no papel o que entendia. Fiquei em segundo lugar, ganhei R$ 50 (já era plano Real) e com o prêmio lembro-me de ter comprado uma calça. É mole? Além disso, o Joevante me presenteou com duas fotografias tamanho 15x21cm. Modelo por um dia...rs.
Porém, o fascínio pela Fotografia ficou meio fora de foco dadas as circunstâncias. Até saía com a câmera lá de casa, daquelas que se o erro de paralaxe fosse maior, a gente ficava fora da foto. E o resultado...
Neste contexto, me embrenhei pelo caminho das letras. Continuei tirando boas notas em Língua Portuguesa, Literatura...e acabei sendo aprovada para a primeira turma de Jornalismo da Funcec, faculdade de João Monlevade/MG. Isso mudaria minha vida para sempre.
Na faculdade conheci o meu marido, fiz amigos eternos, juras sem fim. Lá redescobri a Fotografia nas aulas de Fotojornalismo. Confesso que não fui das mais aplicadas alunas e não levei tão a sério algumas aulas. Tenho cá meus motivos. Mas entrar para o Jornalismo, a profissão propriamente dita, em jornal do interior, despertou em mim o prazer de buscar um ângulo legal, um enquadramento que favorecesse o que precisava ser visto. Enfim, buscar algo mais, uma vez que a foto complementava o texto... e, às vezes, dizia mais que o próprio.
Um clique aqui, um clique ali e a estabilidade financeira me permitiu comprar a minha primeira câmera reflex. Só que acabei buscando algo mais nos bastidores, mais ainda que no Jornalismo, já que me tornei editora em um jornal diário e quase não saio mais da redação.
A Fotografia acabou se tornando uma válvula de escape. Uma forma de relaxar - e isso é importante para pessoas como eu, impulsivas, facilmente levadas ao stress absoluto.
Até que um dia, uma pessoa viu fotos e quis que eu fotografasse seu casamento. Outra pessoa que precisava de alguém para quebrar seu galho me pediu fotos da festinha de dois anos da filha. E uma outra, da família, que eu tive o prazer de fotografar nas duas vezes em que esteve grávida. A segunda bem melhor que a primeira, confesso!
E cá estou eu. Amante da fotografia que busca mais que nunca renovar os conhecimentos, aprendendo sempre a cada dia para poder escrever com a luz as páginas das vidas de outras tantas pessoas.

Obs: E já está nos meus planos proporcionar a estudantes da mesma escola onde cresci a possibilidade de descobrirem como é fascinante o universo da Fotografia. Darei uma de Joevante, em breve!

2 comentários:

Ana Maria Cotta Repolês disse...

Oi Débora, parabéns pelo Blog, pelas fotos, pela pessoa bacana que você é. Menina de fibra, de raízes profundas fincadas no amor que sempre deu e recebeu da família, pois sou testemunha de todo o carinho e união que existe entre vocês. E Dom Silvério promoverá, do dia 14 a 17 de julho, sua segunda edição do FestDom. Que tal expor algumas de suas fotos durante o evento? Abraços,
Ana Maria

Sítio Sonho Meu disse...

Fala aí fotógrafa Débora. Gostei da atitude e da história no blog. Uma coisa eu aprendi, não existe um fotógrafo melhor que o outro. Todos tem uma visão diferenciada. Existem sim os mais dedicados e estudiosos. Como sabe colher imagens também me acalma muito. Espero seu sucesso e, quem sabe, um contrato com freelance. rsrsrsr